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15 de Dezembro de 2025 Programas Ambientais

Espécies ameaçadas são realocadas em ação ambiental do DNIT

Espécies ameaçadas são realocadas em ação ambiental do DNIT

As equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) realizaram, em novembro, o transplante de indivíduos de duas espécies de gravatás criticamente ameaçadas no Rio Grande do Sul, previstas como alvo no Plano de Ação Territorial (PAT) do Planalto Sul. A ação integra as medidas de mitigação adotadas nas obras de implantação e pavimentação da BR-285/RS, em São José dos Ausentes, que abrangem áreas dos campos de altitude, uma das formações mais antigas da Mata Atlântica.

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A ação foi executada pelo Consórcio Construtor do Lote 1, com apoio da equipe de Gestão Ambiental do empreendimento. As plantas estavam presentes em uma área destinada à retirada de material para execução do aterro, no km 53, próximo à divisa com a Serra da Rocinha. As atividades envolveram demarcação da área, busca ativa, identificação das espécies, remoção manual e realocação imediata em habitat similar nas proximidades.

Ao todo, foram transplantados 83 exemplares de Eryngium falcifolium, espécie associada a campos turfosos, banhados e campos rupestres relativamente úmidos. Seu valor conservacionista decorre da funão ecológica e da vulnerabilidade frente à supressão vegetal e à expansão agrícola. Também foram realocadas 256 unidades de Eryngium ramboanum, planta rara com distribuição restrita a São José dos Ausentes e área de ocorrência estimada em apenas 5 km². Além delas, foram transplantados 12 indivíduos de Parodia alacriportana, cactácea de ocorrência extremamente restrita, presente apenas em afloramentos rochosos de altitude do RS e SC.

O PAT Planalto Sul é coordenado pelo Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (Sema), e tem como objetivo minimizar os fatores que ameaçam 22 espécies-alvo - 17 da flora e 5 da fauna -, especialmente a redução e a degradação do habitat, decorrentes de atividades humanas irregulares. Outra ameaça relevante é a insuficiência de informações sobre distribuição e ecologia das espécies. 

Assim, a parceria com o Licenciamento Ambiental Federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), vem aumentando o conhecimento técnico e contribuindo para ações de proteção efetiva. Por outro lado, práticas como pecuária extensiva tradicional e turismo sustentável são compatíveis com a conservação, demonstrando que a manutenão dos remanescentes não inviabiliza usos econômicos responsáveis. Proteger os campos nativos é compromisso estratégico para o futuro da região, sendo um dos aspectos reforçados pelas iniciativas de comunicação e educação da Gestão Ambiental junto às comunidades.