DNIT transplanta espécie em risco de extinção durante obras da BR-285/RS

Ao todo, centenas de exemplares foram realocados de uma área úmida afetada pelo traçado da rodovia para outra área similar nas proximidades. Os transplantes ocorreram de duas formas: manualmente, na porção mais seca do terreno, e com apoio de máquina para retirada de blocos de substrato no banhado, garantindo a preservação das raízes e das condições naturais do solo.

A espécie, pertencente à família Asteraceae, é nativa do Rio Grande do Sul e típica de ambientes úmidos e campestres. Ela integra a diversidade do gênero Pamphalea, que tem seu centro de distribuição na região Sul. Outras espécies do mesmo gênero também são alvo de resgates nas obras, como a margaridinha-dos-pinhais (Pamphalea araucariophila) e a margaridinha-dos-campos (Pamphalea smithii).

Segundo o biólogo da Gestão Ambiental, Marcel Tust, essa população específica apresenta vulnerabilidade ainda maior devido à dependência de áreas alagadas. Ele destaca que a planta foi registrada em grande quantidade somente nesse ponto, o que reforça a urgência das ações de conservação.

Durante a atividade, a equipe também resgatou girinos e indivíduos adultos de rã-boiadora (Pseudis cardosoi) encontrados no banhado. Os animais foram deslocados para outro ambiente semelhante fora da área de intervenção. A espécie, endêmica do Brasil e registrada na Serra Geral, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, não é considerada ameaçada de extinção, mas contribui para o equilíbrio dos ecossistemas locais.