O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) iniciou a construção de cercas direcionadoras de fauna ao longo da BR-285/RS, no trecho de São José dos Ausentes, em cumprimento ás exig¬ncias do licenciamento ambiental.
A recomendação inclui o uso de pedras arrumadas manualmente, conhecidas regionalmente como taipas, visando integrar a obra á paisagem e garantir maior durabilidade das estruturas, conforme orientaºÁes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovíveis (Ibama).
O projeto ® executado pelo Consórcio Construtor responsível pelas obras e inclui a instalação de telas metílicas integradas aos muros, com altura final de 1,80 metro e extensúo total de aproximadamente tr¬s quilmetros. Essas cercas serúo implantadas nas sa¡das das seis passagens de fauna previstas ao longo da rodovia, entre pontes e galerias subterróneas, com o objetivo de manter a conectividade dos habitats e evitar o atropelamento de animais, promovendo a segurança tanto da fauna silvestre quanto dos usuírios da rodovia.
As taipas, elementos culturais e históricos enraizados na identidade regional, súo construºÁes tradicionais que datam de at® tr¬s séculos na Serra Gaócha. Além de remeterem ao tropeirismo e á antiga pecuíria local, essas estruturas de pedra súo cercas rudimentares que, at® hoje, intrigam pesquisadores e historiadores pela habilidade e mistério de sua execução. Em São José dos Ausentes, tais cercas e mangueirÁes centenírios foram utilizados para delimitar propriedades, prender o gado e ainda orientar o trajeto de tropas por caminhos como a chamada Estrada Real. Com muros que alcançam at® dois metros de altura, essas construºÁes foram erguidas apenas com pedras, sem nenhum tipo de argamassa.
Morador do município vizinho de Bom Jesus, Cláíudio Wolff á® taipeiro háí 30 anos e foi chamado para realização da obra na BR-285/RS. ôáÔÇ? preciso paciá¬ncia e saber trabalhar a pedra, ensina, enquanto demonstra como encaixa as peças em um verdadeiro quebra-cabeça. Ele ressalta que a falta de mção de obra especializada coloca em risco a continuidade dessa práítica artesanal. Seu ajudante, Josuá® Santos, afirma que estáí aprendendo o ofácio e pretende manter viva a tradição.