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23 de Fevereiro de 2017 Programas Ambientais

Bentônicos: organismos são indicadores de qualidade ambiental

Bentônicos: organismos são indicadores de qualidade ambiental
Existem na natureza alguns organismos muito pequenos, que passam a maior parte da vida escondidos no fundo de
ambientes aquíticos, mas que cumprem um papel importante como indicadores de qualidade ambiental. São os
chamados macroinvertebrados bentnicos, como insetos, minhocas ou moluscos, os quais súo monitorados pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por meio da Gestora Ambiental (STE S.A.), durante
as obras de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC.

Estes organismos de ígua doce t¬m cerca de 0,5 mil¡metro e vivem sobre o substrato de rios e lagos, fixados apedras,
cascalhos e folhas ou at® mesmo enterrados no solo. Conforme a ecóloga Caroline Voser, da STE S.A., eles súo
muito sens¡veis a qualquer alteração no ambiente em que vivem e, por isso, súo considerados bioindicadores.
ôDependendo da perturbação, podem desaparecer, modificar suas estruturas ou modo de vida. Atraváés da
identificação da presença ou aus¬ncia deles nesses ambientes, em conjunto com anílises da ígua e do substrato,
podemos estimar quais alterações foram responsáíveis pela interferá¬ncia. O monitoramento nas obras indicaráí,
portanto, se houve impactos provocados por poluição ou modificação fásica do ambiente aquáítico. ôEssas situações
podem levar a um aumento da população de predadores ou a uma diminuição dos organismos considerados mais
sensáveis, completa a especialista. Ela ressalta que tais alterações sá? poderiam ser associadas a causas naturais se,
por exemplo, ocorresse uma catístrofe - como uma enchente de grande proporção - que viesse a modificar a estrutura
natural do habitat.

Nas obras da BR-285/RS/SC, o Plano Bísico Ambiental (PBA) do empreendimento recomenda o monitoramento de
16 pontos no Lote 2, em Timbé do Sul (SC), o qual encontra-se com diversas frentes de serviço em andamento. A
equipe trabalha em íreas dos rios Serra Velha, Seco, Rocinha, Timbé e Molha Coco. Jí no
Lote 1, em São José dos Ausentes (RS), serúo monitorados 22 pontos a partir da retomada das obras no local. A
metodologia utilizada consiste em posicionar um coletor de malha contra a correnteza, revolvendo o sedimento com
o aux¡lio das múos e desprendendo os organismos para que eles sejam levados em direção ao interior da rede. Tr¬s
subamostras sção coletadas por ponto visando representar a heterogeneidade do ambiente. ┼ôPor serem organismos
muito pequenos e extremamente sens¡veis, a coleta deve ser minuciosa a fim de preservar todas as estruturas
corporais desses indiváduos que serção analisados em laboratáório, afirma Caroline. Com todos os organismos
contabilizados e identificados, estudos estat¡sticos súo feitos para obtenção das conclusÁes ecológicas.

De acordo com Caroline, os primeiros resultados permitiram caracterizar o ambiente estudado. œAmostramos um
náómero alto de indiváduos e famálias, o que representa uma excelente abundáóncia e diversidade. Aláém de serem
importantes ferramentas de avaliação ambiental, a ecóloga ainda destaca outro motivo para evitar impactos aos
macroinvertebrados bentánicos. ôOs distáórbios afetam diretamente a estruturação da fauna no ambiente impactado,
pois o ciclo precisa estar em equil¡brio para que todos da cadeia cumpram seu papel funcional", finaliza.