Publicada em 19 de Janeiro de 2018

DNIT realiza monitoramento arqueológico durante as obras

As medidas de preservação do patrimônio arqueológico executadas nas obras
de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC, entre São José dos Ausentes
(RS) e Timbé do Sul (SC), estão trazendo à tona uma parte da história de
pessoas que ocuparam a região milhares de anos atrás. Além do resgate do
Sítio Arthur Piassoli, realizado em janeiro de 2017, no lote catarinense, o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) monitora
constantemente as atividades de construção da rodovia, visando localizar
evidências arqueológicas não identificadas durante o diagnóstico. As pesquisas
são uma das condicionantes do licenciamento ambiental conduzido pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e têm a anuência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN).

De acordo com a arqueóloga da Gestão Ambiental (STE S.A.), Mariana Araújo
Neumann, o acompanhamento das frentes de trabalho é desenvolvido
prioritariamente nas fases de supressão da vegetação e limpeza do terreno.
“Nestas etapas acontece a movimentação de solo que revelará possíveis
vestígios arqueológicos”, explica. A equipe monitora também outras atividades
como a construção dos bueiros, as fundações dos viadutos e o avanço da
terraplenagem, sendo realizada a inspeção visual do solo, dos sedimentos
extraídos e dos perfis resultantes (seções verticais). Durante a atividade os
profissionais registram – em documentos e fotografias – as datas, as
coordenadas da área, o tipo de serviço em andamento e as características dos
solos e da ocupação humana no entorno. Ainda que as obras estejam
paralisadas no lote gaúcho, vistorias regulares também são realizadas neste
segmento.

Até o momento não foram localizadas novas evidências que justificassem a
metodologia de escavação arqueológica. “A estrada no trecho da serra possui
uma história recente e bem documentada, ainda presente na memória dos
habitantes como registram as entrevistas realizadas”, salienta Mariana. Já no
trecho do Contorno de Timbé do Sul, devido à presença dos sítios
arqueológicos mais antigos, “o monitoramento é importante porque a
localização de novas evidências complementaria a compreensão da ocupação
da paisagem destas populações”, completa a arqueóloga.