Após recesso de final de ano, o Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT), por meio do Consórcio Construtor (Setep/Ivaí/Sotepa), retomou, no
dia 06 de janeiro, as obras de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC
direcionando o foco dos trabalhos para os trechos recentemente liberados no Contorno
de Timbé do Sul (SC). A Serra da Rocinha, por sua vez, voltou a ter o trânsito
interditado para sequência da pavimentação em concreto, sendo restabelecido o
sistema de comboio nas segundas e sextas-feiras para usuários cadastrados nas
prefeituras de São José dos Ausentes (RS) ou Timbé do Sul.
Com 4 quilômetros de extensão, o segmento do Contorno tem início nas proximidades
do pórtico de entrada do município e segue até a interseção com a Vila Belmiro. Cerca
de 2,2 quilômetros já estão pavimentados e com sinalização implementada, enquanto
o 1,8 quilômetro restante estava condicionado à efetivação dos processos
indenizatórios. A partir dos acordos celebrados no mutirão de desapropriação realizado
em outubro de 2019, a maior parte das áreas foi liberada para sequência das obras.
Na sexta-feira (10), o Consórcio Construtor do Lote 2 deu início às atividades no km
34+200. A remoção da cobertura vegetal é a primeira etapa a ser executada, exigindo
do empreendedor a adoção de uma série de medidas mitigadoras dos impactos
ambientais previstas no licenciamento, as quais incluem desde cuidados com a flora e
a fauna até o monitoramento de evidências arqueológicas. As ações são executadas
ou supervisionadas pela Gestora Ambiental (STE S.A.) do empreendimento.
Antes do avanço das frentes, foram cumpridos os objetivos do Programa de
Aproveitamento Científico da Vegetação da Área Afetada pelo Empreendimento. A
estratégia consiste no resgate de recursos genéticos (frutos, sementes, mudas, entre
outros) para futuro plantio nas áreas do entorno, buscando assim a manutenção e a
conservação da flora nativa. Neste meio tempo os exemplares são mantidos em um
viveiro instalado no canteiro de obras. Também nesta etapa são realizados os
transplantes de espécies arbóreas ameaçadas de extinção e o afugentamento ou
resgate de fauna.
Já a preservação do patrimônio arqueológico ocorre por meio do monitoramento das
obras, prioritariamente na fase de limpeza do terreno, uma vez que a movimentação
de solo pode revelar possíveis vestígios. A equipe realiza a inspeção visual do solo, dos
sedimentos extraídos e dos perfis resultantes (seções verticais). Durante a atividade,
os arqueólogos registram as datas, as coordenadas da área, o tipo de serviço em
andamento e as características do terreno e da ocupação humana no entorno. Vale
salientar que, em janeiro de 2017, houve no Contorno o salvamento de dois sítios
arqueológicos, nos quais foram encontrados materiais de pedra lascada e polida
denominados artefatos líticos, os quais indicaram a presença de sociedades indígenas
pré-coloniais na região.