O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) implantou, em maio, cercas direcionadoras de fauna junto às pontes sobre os rios Rocinha e Serra Velha, em Timbé do Sul (SC), trecho que integra as obras de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC. A medida, proposta pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão licenciador do empreendimento, visa conduzir os animais silvestres para as passagens secas sob as estruturas, prevenindo possíveis atropelamentos na rodovia.

Para que essas cercas sejam eficientes, são considerados aspectos comportamentais da fauna local. Uma malha mais fina na parte de baixo, por exemplo, busca evitar a transposição de espécies de pequeno porte, como anfíbios e répteis. Outras especificações técnicas tendem a impedir que animais, como mamíferos, saltem, escavem ou arrombem as telas.

Nesse sentido, é fundamental a cooperação da comunidade para a manutenção das estruturas, evitando danos e frestas que propiciem a transposição da fauna. Os portões foram construídos para viabilizar o trânsito de pessoas, portanto, é importante mantê-los sempre fechados.

As estradas podem fragmentar habitats naturais, dificultando o acesso dos animais a recursos essenciais, como alimento e água. As passagens de fauna reconectam esses ambientes, facilitando a migração e a dispersão das espécies. Ao reduzir a presença de animais na pista, também diminuem a probabilidade de acidentes viários. Além das adaptações nas duas pontes, foram construídos na Serra da Rocinha três dispositivos subterrâneos exclusivos para o deslocamento da fauna nativa.