Publicada em 26 de Julho de 2017

DNIT realiza 4ª campanha de monitoramento da qualidade da água

Foram realizadas no mês de julho as coletas referentes à 4a campanha do Programa de Monitoramento da
Qualidade da Água e Proteção de Recursos Hídricos. A atividade é executada a cada três meses pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por meio da Gestora Ambiental (STE
S.A.), buscando verificar se as obras de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC estão causando
impactos negativos na qualidade da água e se é necessário adotar medidas de correção para minimizar
eventuais danos. As amostras são coletadas no Lote 2, em Timbé do Sul (SC), onde a equipe monitora os
rios Rocinha e Seco (afluente do Serra Velha) – ambos com obras de pontes em andamento.

O monitoramento ocorre em pontos localizados acima (montante) e abaixo (jusante) das obras para
comparação dos resultados. As amostras de água são coletadas em superfície, sendo em seguida
hermeticamente fechadas, etiquetadas e mantidas em caixas térmicas até serem enviadas ao laboratório
para realização das análises. Alguns parâmetros, porém, já são verificados em campo com o uso de
equipamentos específicos. A sonda multiparâmetros mede temperatura, oxigênio dissolvido, condutividade
e pH; enquanto o turbidímetro analisa a turbidez (característica causada pela presença de materiais sólidos
em suspensão).

Os parâmetros levam em conta possíveis fontes de contaminação relacionadas, por exemplo, a
vazamentos de óleos e graxas das máquinas, ao tratamento inadequado de esgoto e à geração de
sedimentos ocasionada pela erosão. Conforme o engenheiro agrônomo Lauro Bassi, através dos
componentes e características analisados é possível calcular o índice de Qualidade da Água (IQA), o qual
classifica a qualidade da água em ótima, boa, razoável, ruim e muito ruim. “Os resultados da presente
campanha apontam que não há interferência das obras nos parâmetros de qualidade analisados”, afirma.
Bassi destaca que em todos os pontos monitorados, os parâmetros considerados estão de acordo com a
classe 1 de qualidade, conforme a Resolução no 357/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama),
que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento.

Vale ressaltar a interligação deste Programa com de Monitoramento da Fauna – Bioindicadores, o qual
utiliza os macroinvertebrados bentônicos (pequenos organismos de água doce que vivem sobre o substrato
de rios e lagos) como indicadores de qualidade ambiental. O monitoramento destes animais inclui a análise
de algumas características físico-químicas da água que têm influência direta no comportamento e presença
dos mesmos, como luz, temperatura, íons dissolvidos, entre outros. De acordo com a ecóloga Caroline
Voser, os bentos são altamente dependentes das variáveis ambientais da água. “A qualidade de vida e a
manutenção deles nesses ambientes é diretamente relacionada com a condição do corpo hídrico.
Dependendo de como se encontra a qualidade da água estima-se encontrar diferentes tipos de
organismos”, explica.