IBAMA vistoria obras de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC
Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Rio Grande do Sul
(IBAMA/RS) vistoriaram, entre os dias 10 e 11/07, o andamento das obras de implantação e pavimentação
da BR-285/RS/SC, entre São José dos Ausentes (RS) e Timbé do Sul (SC). O objetivo da visita, que ocorre
periodicamente, é verificar o atendimento às condicionantes previstas no licenciamento ambiental.
Acompanhados de representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), os
técnicos realizaram paradas ao longo dos segmentos com intervenção das obras. No Lote 1, em São José
dos Ausentes, os trechos paralisados desde 2014 foram vistoriados para verificação das ações que visam
prevenir, estabilizar e, se necessário, recuperar eventuais impactos negativos. Conforme o coordenador da
Supervisão Ambiental (STE S.A.), Augusto Leipnitz, os principais cuidados em virtude da interrupção das
obras na etapa de terraplenagem estão relacionados à prevenção de processos erosivos. Ele destaca os
bons resultados das medidas de controle executadas pela Unidade Local do DNIT de Vacaria (RS) em maio
de 2016. “As ações demonstraram ser eficazes, exigindo apenas a manutenção dos dispositivos já
implementados, o que está previsto para acontecer até o final de agosto”, afirma.
A equipe ainda apresentou ao IBAMA as atividades de monitoramento das espécies de flora raras e
endêmicas identificadas dentro da faixa de domínio do Lote gaúcho, na região dos Aparados da Serra,
como a cambajuva (Cambajuva ulei) - planta considerada “em perigo” na Lista Nacional Oficial de Espécies
da Flora Ameaçadas de Extinção (2014). Os cuidados para preservação da mesma incluem o cercamento
de uma área com concentração de indivíduos, bem como a demarcação com estacas de exemplares
encontrados na faixa de domínio da rodovia. Quando a obra recomeçar, explica Leipnitz, todas as
cambajuvas contabilizadas serão transplantadas.
Já em Timbé do Sul há diversas frentes de obra nos 22 quilômetros que compõem o Lote 2. As principais
atividades incluem a supressão de vegetação, a limpeza do terreno, a terraplenagem e a execução de
bueiros, pontes e viadutos. Os fiscais avaliaram as condições do canteiro de obras, os locais de origem e
destino de solos, o controle de erosão, os desmontes de rochas com explosivos, as atividades de resgate,
transplante e realocação de plantas ameaçadas, os impactos à população lindeira, entre outros aspectos.
Também foram definidos na vistoria os locais e os detalhes técnicos de execução de duas passagens de
fauna exclusivas na Serra da Rocinha (km 44+960 e km 45+460), visando facilitar o acesso e a travessia
dos animais por estas estruturas subterrâneas. O IBAMA ainda acompanhou as obras da terceira passagem
prevista no projeto, no km 43+355, a qual está na etapa final de instalação. Ao final da vistoria, Leipnitz
destacou que até o momento não foram identificados impactos não previstos no licenciamento, ressaltando
que o empreendimento está inserido em área de grande sensibilidade ambiental.