Publicada em 18 de Maio de 2017

Laboratório de Ecologia qualifica análise de bentônicos

As análises do Programa de Monitoramento da Fauna – Bioindicadores realizadas pelo Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) nas obras de implantação e pavimentação da BR-
285/RS/SC ganharam um reforço importante: a instalação de um Laboratório de Ecologia na sede principal
da Gestora Ambiental (STE S.A.), em Canoas (RS), que permitirá a realização do ciclo completo de
atividades da equipe, desde a coleta das amostras até a obtenção dos resultados finais. A inauguração
oficial ocorreu no dia 09 de maio, contando com a presença de técnicos do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), órgão licenciador do empreendimento.

A estrutura permite o armazenamento, a triagem e a identificação de material biológico, garantindo
vantagens logísticas e de confiabilidade dos dados. Atualmente são desenvolvidas no local as análises de
macroinvertebrados bentônicos previstas no licenciamento da BR-285/RS/SC. Estes organismos de água
doce, que incluem insetos, minhocas e moluscos, têm tamanho superior a 0,5 milímetro e vivem sobre o
substrato de rios e lagos, fixados a pedras, cascalhos e folhas ou até mesmo enterrados no solo. Conforme
a ecóloga da Gestão Ambiental, Caroline Voser, eles são muito sensíveis a qualquer alteração no ambiente
em que vivem e, por isso, são considerados bioindicadores. “Através da identificação da presença ou
ausência deles nesses ambientes, em conjunto com análises da água e do substrato, podemos estimar
quais alterações foram responsáveis pela interferência.”

Ela explica que após a etapa de coleta em campo, que ocorre em 16 pontos no Lote 2, em Timbé do Sul
(SC), são desenvolvidas as seguintes atividades no laboratório: lavagem das amostras do leito dos rios,
triagem e identificação. Entres os equipamentos utilizados, destaca-se o estereomicroscópio, o qual permite
a visão ampliada dos organismos. “A utilização de um laboratório externo despendia um tempo grande em
logística e fragmentava a unidade da análise. A ideia do laboratório próprio permite a apropriação do
conhecimento e uma garantia de resultados mais confiáveis ao nosso cliente”, ressalta.

De acordo com a responsável pelo Núcleo de Licenciamento Ambiental do IBAMA/RS, Carolina Alves
Lemos, a avaliação de impactos por meio destes organismos estará cada vez mais presente. “Nada melhor
para medir um impacto e a efetividade das medidas de mitigação do que ter um bioindicador. A gente sabe
que os animais bentônicos são bons reflexos do que foi gerado de impacto ao ambiente amostrado. É uma
tecnologia que vem sendo agregada ao licenciamento do Rio Grande do Sul e que em rodovias é a primeira
experiência.” O Laboratório de Ecologia, avalia a técnica, agregará ainda mais qualidade ao trabalho da
equipe. “É um laboratório muito bom, com equipamentos de última geração e que permitirá maior segurança
dos dados, pois o resultado não estará sendo terceirizado”, finalizou.