Publicada em 29 de Janeiro de 2018

BR-285/RS/SC conta com medidas para evitar o atropelamento de animais silvestres

Os atropelamentos em rodovias são uma das principais causas de mortalidade de
diversas espécies da fauna no Brasil. Cálculos feitos por pesquisadores do Centro
Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) estimam que até 475 milhões de
animais silvestres são mortos desta forma todos os anos. Para minimizar este impacto
nos seus empreendimentos, o Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT) executa medidas visando prevenir a morte direta de indivíduos e
preservar a conectividade da paisagem.

No caso das obras de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC, licenciadas pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a
travessia segura dos animais no trecho catarinense, em Timbé do Sul, será facilitada
por meio de estruturas conhecidas como passagens de fauna. Na Serra da Rocinha,
área preservada e de rica biodiversidade, três destes dispositivos subterrâneos estão
em fase final de implantação. São bueiros de 1,5m x 1,5m cuja função exclusiva é
permitir o deslocamento de espécies nativas. Conforme o coordenador dos Programas
de Fauna da Gestora Ambiental (STE S.A.), Guillermo Dávila, o objetivo principal é
diminuir o isolamento provocado pela presença do corpo da estrada, o qual fragmenta
o habitat e pode representar uma barreira.

A medida é complementada por telas de 1,80m de altura que buscam evitar o acesso
dos animais à rodovia, bem como direcioná-los ao local de cruzamento seguro. Dávila
prevê que as estruturas serão utilizadas principalmente por mamíferos, como tatus,
gambás, cutias, pacas, furões, ouriços, iraras e mãos-peladas. “No entanto, somente
no decorrer do tempo e por meio de monitoramento saberemos que tipo de fauna será
beneficiada”, afirma.

Já no trecho urbano haverá ainda duas passagens secas por baixo das pontes sobre os
rios Rocinha e Serra Velha. “Serão feitas com material local (rocha, seixo) para formar
caminhos em cotas superiores ao nível da água”, explica o coordenador. Vale destacar
também que o projeto de sinalização conta com placas informando a presença de
fauna silvestre. Da mesma forma, a equipe do Programa de Educação Ambiental
trabalha o tema em diferentes atividades no intuito de sensibilizar os usuários e
comunidades lindeiras à rodovia para um comportamento de direção preventiva em
relação aos atropelamentos.