Publicada em 05 de Maio de 2020

DNIT utiliza técnicas de bioengenharia de solos na BR-285/RS/SC

Para minimizar o impacto de grandes obras ao meio ambiente, muitas vezes é
necessário buscar alternativas que não apenas contemplem os objetivos técnicos do
projeto, mas que também ofereçam vantagens ecológicas e paisagísticas ao
empreendimento e seu entorno. Nas obras de implantação e pavimentação da BR-
285/RS/SC, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por
meio do Consórcio Setep/Ivaí/Sotepa, aplica técnicas de bioengenharia de solos na
recuperação de áreas degradadas utilizando elementos naturais que contribuem para
estabilização e o controle de processos erosivos.

As áreas para depósito de material excedente são locais destinados a receber os solos
provenientes das escavações na rodovia. Quando a deposição de material atinge o
volume permitido, inicia-se o processo de recuperação que prevê as seguintes etapas:
reconformação do terreno, recomposição da cobertura vegetal, manutenção e
monitoramento, atividades supervisionadas pela equipe da Gestora Ambiental.

Em duas destas áreas, que estão na etapa de recuperação ambiental, o Consórcio
Construtor empregou técnicas de bioengenharia de solos no sistema de drenagem
superficial, o qual apresentava incidência de processos erosivos. “Foram utilizados
troncos seccionados, provenientes das atividades de supressão de vegetação arbórea,
para revestir as valetas, objetivando diminuir o arraste de solos durante a passagem
das águas. Este método também favorece a fixação das sementes para posterior
germinação”, explica o especialista ambiental Francisco Feiten.

Analistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), órgão licenciador da obra, vistoriaram o local e classificaram a medida como
“um processo criativo e aparentemente bastante eficiente, denotando proatividade e
comprometimento ambiental da equipe técnica e do empreendedor neste aspecto em
particular”.

De acordo com o Centro Brasileiro para Conservação da Natureza e Desenvolvimento
Sustentável (CBCN), o princípio básico que norteia a bioengenharia de solos
compreende a utilização de elementos inertes como concreto, madeira, aço e fibras
sintéticas em sinergismo com elementos biológicos, como a vegetação, no controle da
erosão. Dentre as vantagens é possível citar: menor requerimento de maquinário,
utilização de materiais naturais e locais, melhor relação custo/benefício em
comparação com técnicas tradicionais e a compatibilidade ambiental, ou seja,
ocasiona menor perturbação durante a execução das obras.