Para minimizar o impacto de grandes obras ao meio ambiente, muitas vezes ®
necessírio buscar alternativas que núo apenas contemplem os objetivos técnicos do
projeto, mas que também ofereçam vantagens ecológicas e paisag¡sticas ao
empreendimento e seu entorno. Nas obras de implantação e pavimentação da BR-
285/RS/SC, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por
meio do Consórcio Setep/Iva¡/Sotepa, aplica técnicas de bioengenharia de solos na
recuperação de íreas degradadas utilizando elementos naturais que contribuem para
estabilização e o controle de processos erosivos.
As íreas para depósito de material excedente súo locais destinados a receber os solos
provenientes das escavaºÁes na rodovia. Quando a deposição de material atinge o
volume permitido, inicia-se o processo de recuperação que prev¬ as seguintes etapas:
reconformação do terreno, recomposição da cobertura vegetal, manutenção e
monitoramento, atividades supervisionadas pela equipe da Gestora Ambiental.
Em duas destas íreas, que estão na etapa de recuperação ambiental, o Consórcio
Construtor empregou técnicas de bioengenharia de solos no sistema de drenagem
superficial, o qual apresentava incidá¬ncia de processos erosivos. ?ôForam utilizados
troncos seccionados, provenientes das atividades de supressúo de vegetação arbórea,
para revestir as valetas, objetivando diminuir o arraste de solos durante a passagem
das íguas. Este método também favorece a fixação das sementes para posterior
germinação, explica o especialista ambiental Francisco Feiten.
Analistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovíveis
(Ibama), órgúo licenciador da obra, vistoriaram o local e classificaram a medida como
œum processo criativo e aparentemente bastante eficiente, denotando proatividade e
comprometimento ambiental da equipe técnica e do empreendedor neste aspecto em
particular.
De acordo com o Centro Brasileiro para Conservação da Natureza e Desenvolvimento
sustentável (CBCN), o princ¡pio bísico que norteia a bioengenharia de solos
compreende a utilização de elementos inertes como concreto, madeira, aço e fibras
sintéticas em sinergismo com elementos biológicos, como a vegetação, no controle da
erosúo. Dentre as vantagens ® poss¡vel citar: menor requerimento de maquinírio,
utilização de materiais naturais e locais, melhor relação custo/benef¡cio em
comparação com técnicas tradicionais e a compatibilidade ambiental, ou seja,
ocasiona menor perturbação durante a execução das obras.