DNIT monitora animais bioindicadores no lote gaúcho da rodovia
Com a retomada das obras de implantação e pavimentação do Lote 1 da BR-285/RS/SC, em São José dos
Ausentes (RS), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) remobilizou uma série de
atividades relacionadas à Gestão Ambiental do empreendimento. O objetivo, inicialmente, é o de controlar os
impactos durante a instalação de duas pontes nos kms 49 e 51, as quais terão adaptações para passagem de
fauna.
Entre as medidas solicitadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) está o monitoramento de macroinvertebrados bentônicos, organismos aquáticos que são indicadores
biológicos de qualidade ambiental. Dos 23 pontos indicados no Plano Básico Ambiental, seis serão
monitorados durante esta etapa da obra. Destaca-se que nesta região estão localizadas a nascente do rio das
Antas, da drenagem do rio Jacuí, e as cabeceiras do rio Pelotas - um dos principais formadores do rio Uruguai.
A segunda campanha do programa será realizada em dezembro. Na primeira, que ocorreu em agosto, foram
analisados 1,2 mil organismos e obteve-se um número expressivo em diversidade, tanto para riqueza quanto
abundância, apresentando desta forma um bom equilíbrio ecológico para a região. Os resultados são
complementados por análises de determinados parâmetros da qualidade da água, como pH, turbidez,
coliformes, entre outros.
O que são os bentônicos?
Estes pequenos organismos de água doce incluem espécies de insetos, minhocas e moluscos que habitam o
fundo de rios, lagos e demais corpos d’água, aderidos a pedras e folhas ou enterrados no sedimento. O nome
deriva da palavra grega benthos (profundidade). Sua biologia e comportamento de vida bem definido pela
ciência é o que possibilita a utilização em programas de biomonitoramento, incluindo o conhecimento sobre
a sensibilidade e/ou tolerância específica de cada grupo. Além disso, a comunidade bentônica ocupa posição
vital na cadeia alimentar, podendo ser usada para fazer estimativas da saúde do ecossistema.
Para realizar as coletas, a equipe posiciona um coletor de malha contra a correnteza, revolvendo o sedimento
com o auxílio das mãos e desprendendo os organismos para que eles sejam levados em direção ao interior da
rede. Três subamostras são coletadas por ponto visando representar a heterogeneidade do ambiente. Após a
etapa de campo, em laboratório são realizadas as análises de triagem, identificação dos animais e estatísticas.
Confira mais sobre o trabalho nos vídeos: