Publicada em 24 de Fevereiro de 2023

Espécie ameaçada de extinção é registrada às margens da BR-285RS

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por meio da equipe do Programa de
Comunicação Social da BR-285/RS/SC, flagrou dois veados-campeiros (Ozotoceros bezoarticus) nas
proximidades das obras na rodovia em São José dos Ausentes (RS). A imagem é cada vez mais rara, pois a
espécie foi classificada como "Vulnerável (VU)" na última atualização da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas
de Extinção, publicada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2022, o que significa que ela corre risco alto de
extinção na natureza.

Trata-se de um cervídeo de tamanho médio, que se destaca por possuir um anel de pelagem branca ao redor
dos olhos. Os chifres são característicos dos machos e apresentam três pontas. A alimentação inclui
principalmente itens suculentos, com alto teor energético e de fácil digestão, como flores, folhas novas, gomos
e arbustos.

Característico dos ambientes abertos da Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil, hoje suas populações
encontram-se isoladas e restritas a poucas localidades. As principais ameaças são a perda de áreas com
vegetação nativa por expansão populacional e agropecuária, a caça, a introdução de espécies exóticas
domésticas, a transmissão de doenças e os atropelamentos. No caso das rodovias licenciadas pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a exemplo da BR-285/RS/SC, são
previstos dispositivos especiais para mitigar o impacto dos atropelamentos.

Passagens de fauna no empreendimento

No segmento dos Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, foram projetadas pelo DNIT duas pontes
com adaptações para passagem de fauna. As estruturas ficam localizadas no km 49 e no km 51 (a segunda já
está quase concluída) e visam a manutenção de corredores ecológicos. Além disso, serão construídas três
galerias de concreto - com seção quadrada de 2 metros - para uso exclusivo dos animais que atravessam a
rodovia.

No trecho da Serra da Rocinha, que faz ligação com Timbé do Sul (SC), três dispositivos subterrâneos já estão
em operação. São bueiros de 1,5m x 1,5m, cuja função é permitir o deslocamento de espécies nativas. A medida
é complementada por telas de 1,80m de altura que buscam evitar o acesso dos animais à rodovia, bem como
direcioná-los ao local de cruzamento seguro. Já no trecho urbano da rodovia há ainda duas passagens secas
por baixo das pontes sobre os rios Rocinha e Serra Velha.

A Gestora Ambiental do empreendimento instalou armadilhas fotográficas nas passagens de fauna da serra
para observar o comportamento dos animais e, em apenas uma semana, registrou imagens de três espécies:
graxaim-do-mato, gambá e mão-pelada. Confira o vídeo no Youtube: https://bit.ly/415XSuw.