Publicada em 04 de Julho de 2019

Natureza é celebrada com atividades educativas e culturais em Timbé do Sul

Uma atividade ao ar livre conectando natureza, ciência, história e cultura marcou o
encerramento das comemorações alusivas ao Dia Mundial do Meio Ambiente nas obras
de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC. Na última quinta-feira, 27/06, o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT/SC), por meio da
Gestora Ambiental (STE S.A.) do empreendimento, levou alunos e professores da
Escola de Educação Básica Timbé do Sul à Trilha do Portal do Palmiro, onde a equipe
realizou oficinas de monitoramento de organismos indicadores da qualidade da água e
falou sobre preservação dos patrimônios naturais e históricos do município.

A primeira parada da trilha ocorreu às margens do rio Rocinha. A ecóloga Caroline
Voser explicou que pequenos organismos chamados de macroinvertebrados
bentônicos permitem a análise de possíveis impactos na fauna aquática e na
manutenção da qualidade dos recursos hídricos. Estes animais consistem em espécies
de insetos, minhocas e moluscos que habitam o fundo de rios e lagos e que são muito
sensíveis a qualquer alteração no ambiente em que vivem. Tais características fizeram
com que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) recomendasse o monitoramento nas obras da rodovia.

Após a explanação teórica, os estudantes tiveram a oportunidade de pôr em prática os
ensinamentos aprendidos. Caroline recolheu amostras utilizando um coletor de malha
posicionado contra a correnteza, revolvendo o sedimento com as mãos e
desprendendo os organismos para que fossem levados em direção ao interior da rede.
Divididos em grupos e com o auxílio de lupas, os alunos tiveram a tarefa de coletar os
animais para identificação. A equipe distribuiu material com imagens ampliadas das
espécies e a pontuação correspondente de cada uma para análise. “A gente classifica
os organismos e, conforme as famílias identificadas, é possível estimar uma faixa de
qualidade do ambiente entre bom ou ruim”, afirmou a ecóloga. O resultado final
comprovou a boa qualidade da água, visto que a atividade ocorreu em local protegido.
A estudante Lívia Maria Pizzoni, 15, conta que se surpreendeu com o que viu. “Gostei
muito da atividade, conheci insetos novos e vi que a água do rio estava bem limpa.
Acho importante que este conhecimento seja levado para escola, senão a gente nunca
teria essa experiência”, avaliou.

A trilha seguiu em meio a mata, possibilitando a abordagem de temas envolvendo a
flora e fauna nativas, até chegar à caverna conhecida como Toca do Tatu. A furna
composta por dois túneis quase paralelos recebeu esse nome por tratar-se de uma
paleotoca, abrigo escavado por mamíferos gigantes que foram extintos há cerca de 10
mil anos. No interior da caverna os alunos visualizaram diferentes grafismos rupestres,
que são imagens gravadas em incisões na própria rocha. Responsável por guiar os
visitantes e garantir a conservação do local, Valdivino Alano acredita que conscientizar
os mais jovens é fundamental. “Passar um pouco do meu conhecimento é uma
atividade que faço com amor, porque a natureza é muito rica e linda. Eu tenho
esperança que eles também se dediquem a esse trabalho no futuro”, afirmou.

O término da atividade ocorreu com a apresentação do projeto musical “Canção dos
Bichos: rock & natureza”, proposta educativa que utiliza músicas autorais que
mesclam rock, jazz, reggae e funk com informações sobre plantas, passagens de fauna
e animais nativos como o gambá-de-orelha-branca, o zorrilho, o ratão-do-banhado e o
tamanduá. O estudante Roger Balcevicz, 14, revela que o contato com a natureza é
indispensável na sua vida. “Frequento muito estas áreas que trazem paz e energia
boa, ainda mais quando acompanhada de música e de um argumento. Depois da BR-
285 pronta, com certeza vai aumentar o número de pessoas e espero que elas possam
visitar esses lugares para aprender um pouco sobre a história dessa cidade incrível”,
comentou.